segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Um amigo sempre requisitado


Noite de inverno. Pela janela o vento frio entrava.
Lá fora a chuva movia barulho.
Tinha medo. Eu estava sentada no chão rezando para a que a ventania passasse logo.
No fim do corredor uma luz se acendeu. Naquele momento via alguém vindo em minha direção. A cada passo uma luz se acendia e meu coração disparava.
Mas foi ai que algo se aproximou e pude ver nitidamente, era ele. Com olhos brilhantes. O sorriso estampado, o rosto branco como a neve. O nariz era vermelho como pimentão. Ele dançava e rodopiava, e junto a ele meu coração.
A cada movimento um sentimento, a cada risada um suspiro e a cada encenação uma lagrima. Feliz, eu me encontrava.
A palavra não saia. Muda estava como se fizesse parte daquela dança, daquele teatro, daquele momento de inspiração. O coração palpitava e a emoção se espalhava.
O cômodo clareava ela me encontrava, ele vinha sempre nos meus sonhos e agora era companheiro de lambada. Suas roupas coloridas, seu cabelo cheio de tinta seu sapato era afinado, mas quanta ousadia.
Ele podia. Vivia no mundo do nada saia para promover a risada, mas o seu rosto eu nunca vi.
Passei dia, e virei à noite, mas não o encontrava. Mas em meio ao sufoco ele me esperava.
Quando a chuva passou, sumiu e ai eu percebi que o palhaço que me acompanhou durante aquela noite nunca me abandonou mas sempre se escondia.