quarta-feira, 23 de maio de 2018

Impossível falar de BH e não pensar no Café Palhares

Alguns lugares da capital mineira tem cheiro de história e me fazem recordar bons momentos da infância. O Café Palhares, localizado na rua dos Tupinambás, no Centro de Belo Horizonte, é um deles. O Kaol, que é servido no local aos cliente há mais de 40 anos, é um dos patrimônios da cidade.Conheci a história do prato pelos relatos de papai.

O senhor Osvaldo, meu pai, trabalhou por 30 anos como vendedor da rede de lojas da Sapataria América, na filial localizada ao lado do Café Palhares. Ao longo do tempo em que passou na porta da loja atendendo os clientes, ele sempre observava as personalidades mineiras que frequentavam o lugar. 

No início, de acordo com papai, o Café era frequentado em sua maioria por políticos. Com o passar dos anos, jogadores de futebol e estudantes dominavam a freguesia. Atualmente, os frequentadores democratizaram o público. 

Às vezes, papai também almoçava lá e chegava em casa feliz da vida, falando da comida boa e da prosa fácil nos bancos do Café Palhares. Em seu relato, papai me falava do grande balcão, em formato de U e dos altos bancos que integravam a bancada. 

Anos após escutar os casos sobre os frequentadores do Café, eu conheci o lugar na companhia do meu marido, Fellipe, e o ambiente era exatamente o mesmo como papai havia relatado. 

Hoje retornei com a minha amiga Carolina Caetano e parece que nada mudou. Ao chegarmos na porta do Café, encontramos muitos homens de terno e mulheres usando salto alto, todos falando sobre a situação política econômica do país. Mas encontramos também muita gente vestida de forma simples e comentando sobre futebol. 

Kaol

No início, o Café Baralhes, que abriu as portas na década de 1950 e funcionava 24 horas por dia, vendia apenas café e o prato Kaol, que não tinha nome e era muito mais modesto como o de hoje, era servido apenas aos funcionários que jantavam no local.

O prato composto por arroz, ovo e linguiça, além de um cálice de cachaça, refeição que era servida aos atendentes do Café, rapidamente chamou a atenção dos frequentadores.

Com pouco tempo, o prato entrou no menu da casa. As letras iniciais de cada ingrediente formaram o nome do prato, apenas o C da cachaça que deu lugar o K. O objetivo da mudança era dar mais "pompa" ao nome, que serviu muito políticos, frequentadores do Café Palhares.   

Atualmente, o Kaol é composto por arroz, farofa de feijão, couve, linguiça e um molho de tomate. A cachaça é opcional. Hoje, a linguiça pode ser trocada por língua de boi ou bife de porco.

Com a nova geração de administradores do local, além da mudança no Kaol, nos últimos anos o Café vem participando do tradicional "Comida De Buteco", com petiscos deliciosos. 

Algumas coisas mudaram, mas a essência do local permanece. Impossível falar de BH e não pensar no Café Palhares. 

Serviço
Quem: Café Palhares
Onde: 
Rua dos Tupinambás, 638 - Centro, Belo Horizonte

Quando: De 7h às 22h
Quanto: R$17, 80 


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