Na
casa da minha querida irmã, mamãe tinha deixado o almoço preparado. O cheiro da
carne de porco assada me fez lembrar os almoços de família na casa de minhas tias. Descendentes
de italiano, essa família tem o costume de se reunir a mesa para discutir
situações, compartilhar boas novas e simplesmente demonstrar através de um belo
prato o carinho que um tem pelo outro .
Após
o almoço a filha mais velha da minha mãe, olha para todos sentados a mesa, e me
pergunta se não poderia fazer biscoito de polvilho para o café da tarde. Eu
olhei para a cozinha, e pensei comigo mesma. “Mamãe já fez pão de queijo hoje,
mas porque mais biscoito de polvilho?”. Em seguida percebi que algum motivo
havia atrás daquele pedido.
Ela
foi para a cozinha, e o perfume do café passado no coador de pano me convenceu
a cozinhar. Do outro lado
da casa estava mamãe. Em um quarto frio, ela passava as roupas. Meu cunhado saiu
para trabalhar. Enquanto todos estavam ocupados eu resolvi fazer a minha parte.
Ao
abri o armário e percebi que no fundo da madeira, tinha um pacote contendo menos
que à metade de um pacote de polvilho. Na geladeira havia apenas dois ovos. Mas
com uma boa pitada de sal, orégano e queijo parmesão, escaldando com água, óleo
e leite fervente, a mistura se tornou uma massa grande e homogenia. A mistura
de todos os ingredientes causa um aroma familiar na casa. Era a lembrança do
carinho da vovó, que em todo encontro de domingo ela proporcionada a todos
rodadas e mais rodadas desta iguaria.
Enchi
dois tabuleiros com um pouco de massa e amor, e levei-os ao forno. Nesse meio
tempo fui para sala me encolhi no canto do sofá e lá fiquei até o aroma do
polvilho me convidar a ir ao forno e retirar minhas gracinhas.
Com
os biscoitos postos a mesa, a família se reuniu ali novamente. Como um ato
sagrado, nos juntarmos a mesa e naquele momento o dia que começou nublado
terminou iluminado.