quinta-feira, 5 de abril de 2018

Um Paraíso Escondido

Um lugar em que o vento bate no rosto a todo momento mesmo em dias ensolarados. Uma cidadezinha típica do interior, com apenas a rua principal pavimentada, com casas de arquitetura colonial no centrinho, com a lagoa no centro e a serra maravilhosa ao fundo. O cenário parece de filme, mas essa linda realidade está bem perto de Belo Horizonte, a capital mineira.

Você já ouviu falar na Lapinha da Serra? Não? Estou falando de um vilarejo que fica na zona rural da cidade de Santana do Riacho, localizada na parte mais alta da Serra do Cipó, na região metropolitana de Belo Horizonte. A Lapinha, que tem pouco mais de dez anos, está situada no sopé da Serra do Breu.

Para chegar nesse pequeno paraíso, saímos de BH no dia 21 de dezembro de 2017, assim que o sol apareceu no céu. Pegamos a MG-10, em direção a Lagoa Santa. Seguimos em direção a Serra do Cipó e ao chegarmos lá fomos no sentido Cachoeira Grande.


Em frente a portaria, há uma placa indicando a estrada para Santana do Riacho. Ao chegar na cidade, procuramos por placas que indicavam a Lapinha da Serra. Foi bem fácil. A partir desse ponto, seguimos por um trajeto de estrada de terra de aproximadamente 8 km.

Quem escolhe conhecer o lugar em um período de estiagem tem como companheiro a poeira do caminho. Mas quem optar por ir em uma época chuvosa, vai encontrar poções de água e barro na estrada, o que dificulta o caminho.


Como em todo vilarejo que se preze, a cidade conta com apenas uma via principal, a rua Paraíso, formada por pedras. Nada de asfalto.

No centro, você encontra casinhas de estrutura de madeira e telhado colonial, além das hospedarias. Um ou dois armazéns também contemplam o centrinho.A igrejinha católica, com seu sino tradicional localizado na torre do templo e a enorme cruz de madeira na entrada, é um dos cartões de visita do vilarejo. 

É bom lembrar que no vilarejo ou você faz as  comprar com o cartão de débito ou com o dinheiro. Nada de crédito.

Ao dar um giro de 360 graus você observa o paredão de pedra da Serra do Breu de um lado e do outro as pousadas. A brilhante lagoa da Lapinha é o que divide os dois e deixa o visual deslumbrante.

No primeiro dia, comemos um pão com linguiça, maravilhoso, no centrinho. Em seguida, demos uma volta e fomos conhecer uma parte da lagoa que está escondida depois das pousadas.








Com a chegada da noite, retornamos para o chalé. O barulho provocado pelo vento no período noturno na Lapinha foi nosso companheiro. Ainda bem que ao chegar na cidade os moradores nos alertam sobre o estalar do vento durante a noite porque o som é muito forte e provoca medo.

Para se ter uma ideia da velocidade do vento na região, todas as casas que são construídas no vilarejo, que contam com telhado colonial, prendem as telhas de barro a estrutura de madeira usando arames para evitar destelamento durante a noite.

No dia seguinte, 22 de dezembro de 2017, acordamos às 6h e conseguimos ver o céu coberto por nuvens. Colocamos a rede na varanda, passamos o café e ficamos parados ali esperando o sol aparece. Ele veio após um tempo. Que delícia de lembrança. Todo mundo merece conhecer esse lugar.




Parei por um momento e agradeci a Deus por criar um lugar exuberante assim. Após o café, saímos cedo e fomos tentar subir o Pico do Breu.





Mas não fomos com roupas próprias para a cainhada e o céu fechou parecendo que iria chover. Decidimos retornar e tentar no dia seguinte. Fizemos um piquenique na Lagoa durante o dia e a noite conhecemos um barzinho da região.




Já no terceiro e último dia da viagem, 23 de dezembro, acordamos bem cedo, vestimos nossas roupas de academia, colocamos um tênis, abastecemos a mochila com água, sanduíches natural e partimos para a serra.

Subimos. Andamos quase três horas para subir e quase o mesmo tanto para voltar. Na descida, passamos na Cachoeira do Rapel. Coisa mais linda e refrescante.





Ao fim do dia, voltamos pra BH com o desejo de voltar em  uma outra oportunidade. Vá e aproveite cada minuto porque o lugar é realmente o paraíso!